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Ciclovia do MUVI em São Gonçalo: Um projeto que frustra ciclistas e ignora a segurança.

Por Folha do Pacheco em 01/11/2024 às 15:28:20
Foto: Divulgação

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A ciclovia do projeto de Mobilidade Urbana Verde Integrada (MUVI) em São Gonçalo, que liga os bairros de Neves a Guaxindiba, representa uma importante iniciativa para a mobilidade na cidade. No entanto, a implementação da obra ainda enfrenta sérios desafios que comprometem a segurança e a experiência de ciclistas e pedestres, ao invés de ser um corredor viário seguro e eficiente, tornou-se um verdadeiro campo de obstáculos para ciclistas e pedestres.

Em um passeio pela ciclovia, é comum se deparar com situações absurdas, como caminhões estacionados, tratores realizando trabalhos e até um flanelinha acomodado em um banquinho, vigia carros no meio da ciclovia. Essa realidade levanta questionamentos sérios sobre a gestão e a execução das obras, que parecem ter sido planejadas sem levar em conta as necessidades reais dos usuários. Além disso, a presença de pedestres caminhando pela pista é uma preocupação crescente. Essa situação não apenas coloca em risco os ciclistas, mas também os próprios pedestres, criando um ambiente propenso a acidentes.


Fernando Bitterncourt, ciclista e morador da região, critica a falta de cuidado na execução da ciclovia. "É inegável que a obra veio para tentar melhorar a mobilidade da cidade. Ter uma ciclovia no meio, ligando um eixo do município, é uma solução moderna para aliviar o problema estrutural, que é o deslocamento urbano em massa. No entanto, eu não esperava que a obra fosse tão mal executada. Eu brinco como meus amigos que é a primeira ciclovia da América Latina com degraus. Perguntei para o pessoal da obra e eles me falaram que no projeto previa 3 cm em todos os acessos da ciclovia. O que faz parecer que quem projetou nunca andou de bicicleta. Isso sem contar a baixa qualidade do piso e falta de sinalização adequada, que nos faz entender que a bicicleta não é prioridade em nenhum momento dentro do projeto, apesar de ter uma ciclovia. Em geral a via ficou perigosa, porque os carros e as motos andam muito rápido acima da velocidade permitida. Há um movimento mundial de despavimentação das cidades por conta da crise climática, no entanto, estamos tão atrás nessa questão que o projeto que temos acesso é ultrapassado e mal executado."

Cléo Syllva, outra ciclista de São Gonçalo, relata a presença constante de lixo, homens trabalhando sem qualquer sinalização e veículos parados em plena ciclovia. "É preciso que a prefeitura lance uma campanha de conscientização. As pessoas não sabem como usar uma ciclovia e isso é um grande problema", destaca.


A situação não é diferente para Felipe Batista, que usa a bicicleta diariamente para ir ao trabalho, ele mora no Barro Vermelho e trabalha no Jardim Catarina. "Infelizmente o único trecho de ciclovia nessa rota fica na avenida Maricá o que me obriga a pedalar o maior trecho no meio do trânsito, e o pequeno trecho de ciclovia que existe que fica na altura do Supermercado Atacadão tem rachaduras elevações e pedestres caminhando pela ciclovia por falta de sinalização. Algumas vezes também tem lixo na ciclovia. A prefeitura deveria realizar reparos colocar sinalização e fazer campanha para conscientizar pedestres, e se possível ampliar a ciclovia neste trajeto, já me deparei com problemas similares no trajeto que vai do Centro até a o bairro Parada Quarenta. Relata Felipe.


O portal entrou em contato com a prefeitura de São Gonçalo que informou: "Todo o trecho do MUVI, será sinalizado ao término das obras de cada trecho, pelo consórcio responsável."

A resposta da prefeitura, que promete sinalizar os trechos do MUVI ao final das obras, soa vazia diante da urgência das melhorias necessárias. Enquanto a população clama por ações efetivas, o projeto continua a ignorar as demandas dos ciclistas, revelando uma desconexão entre as intenções do MUVI e a realidade nas ruas.

Assim, a ciclovia do MUVI, em vez de ser um símbolo de progresso, acaba por expor a falta de planejamento e a indiferença das autoridades para com a segurança e o bem-estar dos cidadãos que pedalam por São Gonçalo. É hora de repensar a mobilidade urbana e priorizar a qualidade das obras, garantindo que as ciclovias sejam verdadeiros corredores de segurança e eficiência.

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