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O filho de uma mulher sepultada no Cemitério Municipal São Miguel denuncia o desaparecimento do corpo da mãe, que teria sido enterrada em agosto do ano passado. A situação levou à abertura de sete túmulos diferentes — sem qualquer sinal da falecida.
Gilbert Tavares da Matta, filho da mulher, revelou que costumava visitar o túmulo da mãe com frequência e que, em fevereiro deste ano, notou uma troca na tampa da sepultura. Ao questionar a administração do cemitério, foi informado de que se tratava apenas de uma manutenção de rotina. Mesmo assim, ficou desconfiado.
A desconfiança aumentou por conta de um episódio semelhante vivido em 2019, quando o irmão de Gilbert também foi enterrado no mesmo cemitério. Dois meses antes do prazo permitido para exumação, os restos mortais do irmão foram retirados sem qualquer aviso à família. Em troca, o cemitério entregou um nicho e uma sacola com o que seria a ossada do falecido.
Diante do histórico, Gilbert decidiu exigir a abertura da sepultura da mãe na última sexta-feira (4), enquanto também acompanhava o sepultamento de uma tia. Ao abrir o túmulo, a surpresa foi ainda maior: o caixão encontrado não era o mesmo utilizado no enterro da mãe, e o corpo ali presente também não correspondia às características da mulher, que havia perdido o cabelo por conta da quimioterapia. A pessoa sepultada possuía cabelos loiros e compridos, além de pertences diferentes dos que foram colocados com sua mãe.
A administração do cemitério então autorizou a abertura de mais quatro sepulturas próximas, e posteriormente de outras duas, totalizando sete túmulos abertos. Nenhum deles continha o corpo procurado por Gilbert.
A Polícia Militar foi acionada e acompanhou o denunciante até a 72ª DP, em Niterói, onde foi registrada uma ocorrência por "destruição, subtração ou ocultação de cadáver". A Polícia Civil realizou uma perícia no local e deu início às investigações.
No sábado (05), o cemitério entrou novamente em contato com Gilbert, afirmando ter identificado uma segunda sepultura com o mesmo número no mesmo corredor onde sua mãe havia sido enterrada. Novamente, a sepultura foi aberta — e mais uma vez, o corpo não era da mãe de Gilbert. Outra tentativa ao lado também não teve sucesso.
Até o momento, o corpo continua desaparecido, e a angústia da família só aumenta.
Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo informou que abriu uma sindicância para investigar o caso. "A administração do cemitério já está atuando para esclarecer os fatos e apura, junto à funerária responsável, se houve troca na numeração das sepulturas nos documentos. Sobre o caso ocorrido há seis anos, a documentação aponta que os restos mortais foram entregues à família", diz o comunicado oficial.
Enquanto as investigações seguem, resta à família a esperança de que o paradeiro do corpo da mãe seja finalmente descoberto — e que situações como essa não se repitam.